Na frente da casa do meu pai, em Curitiba, sabiás fazem ninhos todos os anos embaixo das luzes de um poste. Acho que são estressados, cantam a noite inteira, e por vezes atrapalham mais o sono do que os barulhos usuais da cidade grande.
Bom, a vantagem é levantar cedo para comer um pastel de feira!
Queria que fizessem ninho na minha pitangueira.
Em homenagem à Gasparello e ao sabiá estressado
Canção do Exílio
Gonçalves Dias
Minha terra tem palmeiras, onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam, não gorjeiam como lá.
Nosso céu tem mais estrelas, nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida, nossa vida mais amores.
Em cismar, sozinho, à noite, mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras, onde canta o Sabiá.
Minha terra tem primores, que tais não encontro eu cá;
Em cismar — sozinho, à noite — Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras, onde canta o Sabiá.
Não permita Deus que eu morra, sem que eu volte para lá;
Sem que desfrute os primores que não encontro por cá;
Sem qu’inda aviste as palmeiras, onde canta o Sabiá.
Caro Delano,
Sempre penso nesta poesia, ainda mais estando tão longe de casa!
Abraço